1982 - Disco de Vinil. Grava, junto com Wanda D'Almeida, a música Forrobodó, no disco "Festa do Compositor Goiano".
1998 - CD "Acústico", Produção: Maestro Vidal França, participação especial da cantora Katia Teixeira, gravado em São Paulo, com 14 músicas, entre as quais "Manakereki", "Imigrante", "Ladainha Sertaneja", "O Vale", "Tainarakan" e "My Litlle Angel".
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Oi, Tocantins, Manakereki
Tô cá no Xingu, Mara-gó
To no Xingu
Caçá cutia não é caçá curiango
Pataxó não canta mambo
E nunca baila um chá chá-chá
Quem vai na chuva
Vai molhar a cabeleira
Tatu-peba macaxeira, curupira, carajá
Oi, Tocantins, Manakereki...
Tocá marimba não é toca pra mateiro
Marajó pegou trigueiro
Do Xingu pra Tucumã
Tocô viola, tocô pife, entrou de beira
Malandro cara de pêra
Tocantins só quer cunhã
Oi, Tocantins, Manakereki
Capelobo, caipora e bicharada
Bacaba com carne assada
Em Tupi: Ibá-cauá
Piraquara pega peixe tira o couro
O Araguaia lava o ouro
Dos cabelos de Tainá
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Se um dia eu virasse bicho
Queria ser um passarinho
Um beija-flor assanhado
Cintilante e azulzinho
Beijava as damas da noite
Suspirava os bugarins
Voava entre fantasias
De fadas e querubins...
Queria ser por um dia
Um passarinho beira d'água
Voar entre os redemoinhos
Não ter tristeza nem mágoas
Queria ser várias araras
Misturar nas cores do sol de verão
Pra cantar as cantigas do norte
Queria ser um azulão...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Tainárakan,
Bebendo água no riacho
Tainárakan, Tainárakan
Beijando as águas do riacho
Tainárakan...
No cantar das águas
De um rio escarlate
Uma luz se acendeu,
Num céu azulino
Entre mil, mais uma
Estrela apareceu
Na pureza branca,
O papel fez terra,
E sua mão semeou
Aquele grão de milho
Cantado em seara
Se multiplicou...
Tainárakan
Deusa da poesia
Tainárakan
Versos de vida e menina
Tainárakan é:
Água cristalina
Tainárakan
Deusa da poesia
Tainárakan
Versos de vida e menina
Tainárakan
Tainárakan é:
Coralina
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Às vezes a gente se cala
Pra não sangrar o silêncio...
No instante em que o pranto é mudo
A dor dá lugar ao canto...
Às vezes a gente não chora
Pra não assustar o momento...
No instante em que o amor floresce,
No sorriso de um menino...
No retrato de uma rua,
O sol reflete um instante...
Um profeta, um navegante,
Falam do amor com saudades...
No espelho de uma cidade,
Artistas e figurantes...
Um passarinho "imigrante"
Numa gaiola de sonhos...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Em tempo de derrubada
Machado bem amolado
Geme o tronco da madeira / olé-lê
Cheiro de roça queimada
Preparando pro plantio
E o canto da araponga
Descambando pelo rio
Aí o nego cipião / olé-lê
Não deixa cair no chão.
Vem o tempo da capina
De empreitadas formam eito
Resmungando uma toada
Vai pra roça satisfeito / olé-lê
Em noites de lua cheia
Segue o rastro de um mateir o
Pega a espingarda e espera
Junto ao pé de um pequizeiro
Aí o nego cipião, espera que vem
Paca, tatu, cutia não
Em dias de feriado
Pega a viola bem cedinho
Vai cantá umas modinhas
Na venda do seu quinzim / olé-lê
Tomá um caldo de cana,
Feito de boa caiãna
Preparado e destilado
Num alambique de fama
E na catira o cipião / olé-lê
Bate forte o pé no chão
Vem o tempo da colheita
De um ano bem forçado
Faltou chuva pro arroz
E o feijão ficou bichado, ai meu Deus
E o vestido de cambraia
Que prometeu pra Zefinha
Fica la pro outro ano
Completando a ladainha
Aí o nêgo cipião, chora de dor
E seu pranto molha o chão
(Adalto Bento Leal/Ângelo Marques)
Oh, que nuvens saudáveis
E que montes mais lindos
Me cobrem e me cercam
Aqui neste vale
O riacho corre entre as pedras
Levando com os pássaros
Toda esta paz
E o meu viver
As águas me ensinam a pensar
A existir e a esperar
Que tudo venha acontecer
Digo adeus
Ao mundo externo
E mergulho nas delícias
Deste vale
Vou seguindo as borboletas
Até encontrar
Os frutos do orvalho
Pra me alimentar
Digo adeus
Ao mundo externo
E mergulho nas delícias
Deste vale...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida/Paulo César Rodrigues)
Sua mãe é Maria Rosa
A mãe dele é Maria Rosa também
Minha mãe é Aparecida
Minha mãe é Aparecida, que apareceu
Entre as mil e uma rosas na minha mão
E o seu pai é João
Simples gente João
Raia o mundo, vento norte
Trouxe pras bandas de cá
E o meu pai é o Raimundo
Simples gente Raimundo
Sua mãe é Maria Rosa
A mãe dele é Maria Rosa também
Minha mãe é Aparecida
Minha mãe é Aparecida, que apareceu
Entre as mil e uma rosas neste jardim
E o seu irmão é Joaquim
Seu amigo é Benedito
E o meu tio é o Oripão
E o seu pai é o João
Simples gente João
Luis, Francisco, Pedro Paulo e Sebastião
E o seu pai é o João
Simples gente João
No tempo de menino, virgulino, Juscelino,
Xavier e Clarismundo,
Mas o meu pai é Raimundo
Simples gente Raimundo...
Simples gente Karina
E a Mariana
Simples gente Bariri
E o Danilo
Simples gente Juliana
E a Gabi
Simples gente Vicente
Querenhapuque
O Pedrinho e o Rafael
E o Gabriel
Simples gente Maria
E o João
Simples gente Aparecida
E o Raimundo
Simples gente todo mundo
Simples gente todo mundo
Simples gente todo mundo
Simples gente todo mundo
(Wanda D'Almeida)
Quando fui à Bahia
Eu vi coisa que nunca esqueci
Dancei fogo no arco-íris
Cantei oferendas pra Iemanjá
Pisei na areia
Mas no peito um Goiano
Fui ver o gostinho da água do mar
Jumento carregado
Nego tocando o sino pra anunciar
Beijú, minduim torrado
Oia a água de côco fresquinha inhá-inhá
Berimbau, capoeira, maculêlê
Oia o samba de roda
Oia a moça bonita olê-lê
Oi que moça bonita
Estendida na areia
Seu corpo moreno parece sereia
Capricha na ginga
Requebra e namora
Seu beijo tem gosto de mel e amora
Oi que moço bonito,
Cabelo cacheado
Sua pele morena de côco queimado
Que canta bonito e que toca viola
Ela diz que seu beijo tem gosto de carambola
Beijú, minduim torrado...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida/Genésio Tocantins)
Meu peito é um balaio
Carregadinho de mágoa
É no pé do bacuri,
Onde o gado bebe água.
Já vai anoitecer
E o meu amor não chega,
Chora chora violinha,
Na saudade dessa nega.
Eu vou no bacuri
Matar minha sede,
Sou um peixe fora d'água,
Nas malhas da sua rede.
Meu peito é um balaio
Carregadinho de mágoa
É no pé do bacuri,
Onde o gado bebe água
Quem não tem, amor não chora,
Quem tem, chora de paixão.
Moça quem não tem balaio,
Põe a costura no chão.
Tico tico na limeira,
Cantou triste e foi-se embora.
Vou chorar minha saudade,
No braço dessa viola.
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Não sei pra que tanto remelexo
Só pra dizer que gosta de mim
Um faz de conta, uma piscadinha
Já adivinha que eu to afim...
Timidez não é nenhum defeito
Faz aumentar a chama do querer
Se você quer eu também já queria
Provar do seu gostinho com muito prazer...
Oi que dera
Esse mexe-remexe
Bis / ainda vai dar o que falar
Faísca, fiapo de papel e pólvora
Vai pegar fogo esse canaviá...
Não sei pra que tanto laço de fita
É pra ficar bonita e me azucrinar
Uma cutucadinha vem me dá um beijo,
Na boca e no desejo pra mim incendiar
Capricho no tempero
Olho no esgueio
Meio maliciosa só pra vadiar
Vixe-Maria é molho pra dá no tacho
No escorrego do relaxo
É xote que dá...
Oi que dera
Esse mexe-remexe
Bis / ainda vai dar o que falar
Faísca, fiapo de papel e pólvora
Vai pegar fogo esse canaviá...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Rap calango não é tango nem lacraia
Homem que foge da raia
Não dá boi nem dá bamba....
Ziriguidum nunca foi côco nem martelo
Cantadô com lero-lero
Não é gói nem é goiá...
Se tá na mira
Do nosso vocabulário,
É só pegar um dicionário,
Que ele vai te clarear...
Tá no molejo, ta no pé e ta na bola
Tá no toque da viola,
E no galope a beira-mar....
Oi! Tá no galope a beira-mar...
Taca fogo na canjica...
Chama a galera pra cantar...(Refrão)
Bota chamego na mistura,
E nesse jogo de cintura,
A gente vai calangueá
Nessa embocada tem caju tem jacútinga
Quem não pode com mandinga
Não carrega patuá
Rap calango não vem de maracutaia...
Tá no boi ta na tocaia,
Na pisada do mourão
Tá no calango tá na paca,
No tatu cutia não !
Tá no repente do candango,
Tá no côco e no baião...
Oi! Tá no côco e no baião...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Se um dia alguém te botar quebranto
Pode ser até que eu benza
No acalanto deste sonho bonito, bonito, bonito.
Se um dia,
Alguém te roubar o sono
Eu não tenho culpa
É que este abandono
Arrastou meu pensamento
Por um momento de amor, de amor, de amor.
Se um dia,
O vento soprar os teus cabelos, te acariciar
Ah, já sei,
É que ontem à noitinha
Com tanta saudade
Um suspiro profundo eu senti
E soprei-o pelo ar.
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida/Genésio Tocantins)
Entre serras - cerrado
Siriema cantou, uma canção,
Um cão ladrou.
Armadilhas, matilhas,
De homens na sanha, à caça.
Armadilhas, matilhas,
De homens na sanha, na manha à caça.
Na saga, a fumaça na mata,
Não mata, essa mata,
Aceiro da raça
Que passa na clareira
Fauna brasileira.
2002 - CD "Encanto", Produção: Marconi Henrique, selo: Anhanguera discos, com 12 músicas, dentre as quais "Triangoiano", "Maninha", "La Luna Nueva", "Filhos de África", "Candeias dos Meus Olhos" e "Seu Jeito de Ser".
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
No forró do seu Luiz
Tem moedinha de ouro
Cravado em chapéu de couro
Couro de boi zabumbá
Triangoiano calundu, calça culote
Bate coco, bate xote, bate o pé
Bate ganzá
Tem zabumbeiro
Zabumba couro de bode,
No balanço é que sacode
É bumba-meu-boi tatá
Tem zabumbeiro
Zabumba couro de jegue,
Xaxado, chibague, reggae
Bumba-meu-boi camará
Saculejando
Saco de sucuri-pemba
Cambaleia e não capenga
Pacote, paticuá
E o sanfoneiro
Pisca o zoi
Espicha o fole
Morena que bole bole
Pra neguim fazê fuá
Esse xaxado é pra chamar rabo
de saia
Xodó de bicho de barba chamo
de rabo de arraia
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Sabe o que andam dizendo por aí
Que é no canto do bem-te-vi
Que eu me lembro de você
De terra e de lagoa
Sabor pau Brasil, canela
Brisa e procela
Olhar fogo e braseiro
Bem brasileiro
Maninha
Tens no sangue o calor
Do frevo e do maracatu
Maninha
Minha voz encantuada
Sei que sou jaburu
Ai quem me dera
Se eu cantasse que nem tu
Maninha
Sabe o que andam dizendo por aí
Que eu sou da terra do pequi
Filho de tatu com cobra
Jeito ou manobra
Da Bahia ou dos Gerais
Sou de Goiás
Rio abaixo, estrada afora
Som de viola
Maninha
Você conta o Araguaia
E o chão de Mandacaru
Maninha
A diferença é a madrinha do pavão e
do anu
Ai quem me dera seu cantasse que
nem tu
Ai quem me dera se eu cantasse que
nem Wanda
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Quando la luna nueva chegar
E eu ficar com su claridad
Em mim cabeza
Transbordando luzes, como vagalumes
Em noites escuras
Aí sim, cortarei os meus cabelos
E tornarei a vê-la
Minha companheira
Que de tanto mirar o sol
Bebeu seu brilho, no olhar
E agora me quer vivo,
Ativo e brilhando
E por que não
Se também te quero assim
E por que não
Si tambien te quiero asi
(Folclore Africano (Domínio Público) Adaptação: Adalto B. Leal e Joel C. de Oliveira)
Filhos legítimos
De um mundo rainha
Minha África, Roiê, Roiê
Nossos antepassados nasceram aqui
Minha África, Roiê, Roiê
Moçambique, Roiê... Roiê... Roiê
Angola, Roiê... Roiê... Roiê
Nigéria, Roiê... Roiê... Roiê
Filhos legítimos...
Guine Bissau, Roiê... Roiê... Roiê
Mali, Roiê... Roiê... Roiê
Cabo Verde, Roiê... Roiê... Roiê
Filhos legítimos...
congo, Roiê... Roiê... Roiê
Madagascar, Roiê... Roiê... Roiê
Guine Conacri, Roiê... Roiê... Roiê
Filhos legítimos...
E o Brasil, Roiê... Roiê... Roiê
E o Brasil... Roiê?
(Adalto Bento Leal)
Meu coração quase explodiu
No momento em que te encontrei
Mas também pudera, menina
Foi de você que eu mais gostei
Cantar eu vou
De alegria
Cantar eu vou
Por te ver chegar
Você é a dona dos meus pensamentos
Carrego você comigo há muito tempo
É a cadeia dos meus
E dos meus desejos o petróleo
Cantar eu vou...
Mas se você quiser chegar
Onde tudo acontece
É só sentir as ondas comoventes
Do teu coração
Cantar eu vou...
(Adalto Bento Leal)
Tendo em vista tudo e
Emoção por tudo
E todo apego por ela
Que quando partiu deixou saudades
Em todo o povo do lugar
Venho com dois reais em selos
Passar uma carta para
Brasília, Brasília, Brasília
Mulher com dois metros
De cambraia na saia
Fez muita gente chorar
Principalmente o dia
Em que as águas
Da chuva levaram o seu nome
Escrito na areia
Mas deixe que o destino leve
Pois todos os caminhos levam
À Brasília, à Brasília, à Brasília
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida/Juraildes da Cruz)
Pra cantar a noite inteira
Afina a sanfona e a goela
No fuá do peia-bode
Taca sebo nas canelas
De vez em quando a gente quer calanguear
O pé de bode que não deixa cochilar
Bole bole moreninha na leveza do pinhão
Mete o dedo sanfoneiro rastapé não é baião
Oh sanfoneiro vê se aperta o pé no fole
Só saio dessa encrenca se for de pescoço
Mole
Vai vai vai até entrar nos eixos
Se quiser ficar sê fica
Se quiser sai num deixo
Quero ver, quero ver furquilha
Esse pau escangalhar
O bom da rudilha é num deixar o pote
Quebrar
Oh moreninha que é bonita pra danar
Quando entra no forró é aquele bafafá
Seu remelexo deixa todo mundo louco
Na hora do vamo vê o que tem pra tanto
é pouco
Namoradeira que fica no entra e sai
Quando acaba o rasta pé
Não sabe com quem que vai
Vai vai vai até entrar nos eixos
Se quiser ficar sê fica
Se quiser sai num deixo
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Deixa de xamego nego!
Deixa de xamego nego!
Deixa de xamego nego!
Doce de côco queimado
Canela, cravo, maracujá
Doce de côco queimado
Alecrim dourado, manjericão, he!
Crioulo de fino trato
Exigente pra xuxu
Gosta de um beijo molhado
No orvalho da flor de mandacaru, he!
Gosta de mulher faceira
Mulata de suspirar, ai!
Das que usam saia de chita
Balangandans e conchas do mar, he!
Feiticeiro dos Palmares
Foi Zumbi, foi Pererê
Viveu mais de sete vidas
Macunaíma sambalelê, hi!
(Adalto Bento Leal/Carlos Brandão)
Eu debaixo do céu
E nas nuvens
Pensando em você
Meu outro eu no mundo
Meu coração já não dói
De paixão
Está calmo e tranqüilo
Como água de lagoa
Aprendi a gostar de você
Sabendo
Do seu desamor
E do seu jeito de querer
Meu coração já não perde
A razão
Já nem quer mais saber
Pois a dor foi embora
E procura você, sua sombra
Esse seu bem-querer
Meu eterno deus no mundo
Aprendi a esperar por você
Sabendo o sentido do amor
E o seu jeito de ser
(Adalto Bento Leal/Welson Moreira)
Tardinha serena
Mel de açucena
Estrela caindo
Luar clareou
Seresta de grilo
Viola e cochilo
Saudade raiava
O galo cantou
E os passarinhos
Se assanham nos galhos
Abelha desperta florinha de maio
Zum...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Oi, Tocantins, Manakereki
Oi, Tocantins, Manakereki
Tô cá no Xingu, Mara-gó
To no Xingu
Tô cá no Xingu, Mara-gó
To no Xingu
Caçá cutia não é caçá curiango
Pataxó não canta mambo
E nunca baila um chá chá-chá
Quem vai na chuva
Vai molhar a cabeleira
Tatu-peba macaxeira, curupira, carajá
Oi, Tocantins, Manakereki...
Tocá marimba não é toca pra mateiro
Marajó pegou trigueiro
Do Xingu pra Tucumã
Tocô viola, tocô pife, entrou de beira
Malandro cara de pêra
Tocantins só quer cunhã
Oi, Tocantins, Manakereki
Capelobo, caipora e bicharada
Bacaba com carne assada
Em Tupi: Ibá-cauá
Piraquara pega peixe tira o couro
O Araguaia lava o ouro
Dos cabelos de Tainá
Kê-kê - Rê-kê
Kuirá Rê-rê
Caramutum-roiá rê-rê
(Adalto Bento Leal/Nilton Rabelo)
Vi nos olhos de um menino
Todo brilho da candura
No sorriso a brancura
Pra encantar meu caminhar
Pra lhe ninar tenho o meu canto
As estrelas de acalanto
Um quintal cheio de frutas
E uma rede pra sonhar
Feito um laço me aperto em seus braços
Pro amor não desatar
Vi nos passos de um menino
Que tem o mel da ternura
Me lambuzo na doçura
Pra embalar meus ternos ais
Uma estrada bem trilhada
Um brinquedo, uma jornada
Lhe daria todo nome,
Cheiro e cores que há
Feito um laço me aperto em seus braços
Pro amor não desatar
2005 - CD "Incutido com Estrelas", Produção: Luiz Chaffin, Estúdio UP Music, com 12 músicas, dentre as quais "Migalhas do teu não", "Treição", "Quem dá mais", "Pedras no caminho".
(Adalto Bento Leal / Wanda D'Almeida)
Eu não quero as migalhas do teu não
Nem as mortalhas, fornalhas do teu sim
Eu canto feito quem encanta
E vive desencantado como quem prepara o fim
Eu não quero a quietude do espanto
Nem as medalhas, batalhas do teu pão
Eu não quero a magia do enquanto
Nem tão pouco a importância de ser vão
Eu amo como quem desama
E rói toda estrutura
Se por fora sou fera
Por dentro é só ternura.
(Adalto Bento Leal e Divanir Pimenta)
No caminho da roça
Tem porteira, tem poeira
No caminho da roça
Tem colchete, tem pinguela
Tem moça bonita, tem rela-rela
Estamos no 'camin' da roça
Vamos roçar um eito de terra
Uns levam foice, outros levam enxada
Uns levam comida, outros goiabada
Uns levam viola, a sanfona o outro leva
Levam outros os pandeiros
Outros levam lamparina
Pra iluminar o terreiro
Estamos no 'camin' da roça
Vamos dar uma treição
Vamos todos trabalhar
Pra ajudar nosso irmão.
Adalto Bento Leal / Wanda D'Almeida
Ai que saudade do tempo de namorado
A gente ia no cerrado pra pegar fulô
Ela enfeitava os cabelos para a festa
Me dava um beijo na testa e dizia, oh meu amor
Faz tanto tempo que já não sei mais o dia
Ela era filha de Maria
Jesuíno o sacristão
Enquanto eu tomava hóstia lá na capelinha
No salão da barraquinha
Virgulino e o leilão:
Olê-lê-oi
Quem dá mais
A mulher do batuqueiro ou a mulher do Braz
Olê-lê-oi
Quem dá mais
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três
Dou-lhe esta, continua a festa
E no salão o forró tava animado
Que abraço debochado, me cobria de cheirinho
E o sanfoneiro castigava uma rancheira
Todo mundo de fogueira
E nós ali agarradinho
Olé-lê-oi
Nós dois dançando xote
Eu cochichava e suspirava em seu cangote
Olê-lê-oi
Nós dois agarradinho
Me acarinhava e eu te dizia com jeitinho:
Hei , minha fulô, o seu xamego tá bom
Que tá danado
Hei minha fulô, vamos simbora
Que eu já tô muito arretado
Sanfoneiro, oi tá muito animado
Todo mundo, há tá muito animado
(Adalto Bento Leal)
Cada pedra que eu piso
Nessa estrada de mistério
Cada árvore que eu vejo
No fundo de um rio
Tudo vai
Tudo volta para mim (bis)
Por isso eu vou sem nunca parar
Nesta estrada de sonhos
Até encontrar
Sozinho o meu destino
Ou então a sorte
Cada pedra que eu piso
Cada árvore que eu vejo
Cada pedra desta estrada
Cada árvore deste rio
Cada pedra,
Cada árvore
Cada árvore,
Cada pedra
Tudo vai,
Tudo leva
Até você
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
Tainárakan,
Bebendo água no riacho
Tainárakan, Tainárakan
Beijando as águas do riacho
Tainárakan...
No cantar das águas
De um rio escarlate
Uma luz se acendeu,
Num céu azulino
Entre mil, mais uma
Estrela apareceu
Na pureza branca,
O papel fez terra,
E sua mão semeou
Aquele grão de milho
Cantado em seara
Se multiplicou...
Tainárakan
Deusa da poesia
Tainárakan
Versos de vida e menina
Tainárakan é:
Água cristalina
Tainárakan
Deusa da poesia
Tainárakan
Versos de vida e menina
Tainárakan
Tainárakan é:
Coralina
Adalto Bento Leal
Bem no alto do coqueiro
Foi que o vento assobiou
O corpo dela balançava
Não era frio e nem calor
Bem no meio da lagoa
Foi que a canoa virou
Ela me deu um abraço
Não sei se era medo ou se era amor
O cantar de um passarinho
Ela logo se assanhou
Bem no meio da matinha
Quando a lua clareou
Na sombra do arvoredo
Foi que vagalumeou
No meu colo aconchegando
Ela veio e se aninhou
O seu corpo se remexia
Que nem mão de camelô
Foi bem de madrugadinha
Quando a coruja piou
Falamos da nossa mágoa
E também da nossa dor
Juntamos nossa malícia
E fizemos muito amor
(Adalto Bento Leal)
Já faz um cara
Mas ainda me lembro
De uma pessoa ainda pequena
Que sempre passava
E cantava comigo
Umas canções da época
Umas canções da época
No fim dos anos 60
Sentados num toco de pau
No fundo de casa,
O tempo corria
E a gente brincava
E a gente cantava
No fim dos anos 60
Isto tudo me lembra milhões
Mas a maior pobreza
É quem não foi feliz
E a gente brincava
E a gente cantava
No fim dos anos 60
E a gente brincava
E a gente cantava;
“Era um garoto que como eu
amava os Beatles e os Rolling Stones
girava o mundo sempre a cantar
as coisas lindas da América.”
(Adalto Bento Leal)
Vou escrever um poema
Pra você fazer um som
Alguma coisa que não fale
De mim, nem de você
Nem de ninguém
Mas é preciso entender
Que a paisagem sagrada
Está aí, a olho nu
Pra todo mundo ver
Que existe o mar
E que os raios do sol
Vem trazer um novo dia
Pra gente curtir e ver
Que a vida está aí
E o importante é viver.
(Adalto Bento Leal, Wanda D'Almeida e Paulo César Rodrigues)
Para você conseguir passar
Por este túnel e sobreviver
Você vai ter que morrer
Muitas vezes e comer o pão
Que o diabo amassou
Ver cabeças de gênios
Em corpos de robô
E pisar nas flores que você plantou
E ainda sorrir...
E ainda sorrir...
E ainda sorrir...
Pra você conseguir um lugar
De faxineiro de porteiro do inferno
Lá pelo ano três mil
Você vai ter que passar
Por cima de muitos mortos e ainda benzer seu corpo
Contra bode, contra grilo
Contra isso, ou contra aquilo
Quem vem do lado de lá
Quem vem do lado de lá
Quem vem do lado de lá
Mas de repente
Na minha visão tão louca
Eu faço um céu só pra mim
Onde a paz vem colorindo
Você me vem sorrindo
Me beija no teu silêncio
Me abraça com teu olhar...
(Adalto Bento Leal)
Cante aí passarinho
Que eu vou aqui cantando atrás
Tentando acompanhar seu canto
Tentando com você voar
Nesta canção que faço pra você
Juriti, codorna
Perdiz e inhambú
Pomba do bando, rolinha
Passo-Preto e anú
Saracura, socó
Tito-tico e bem-te-vi
Sabiá, beija-flor
Pintassilgo e tiziu
Corujão, curiango
Pica-pau e andorinha
Guacho, pardal
Maritaca e canarinho
Periquito, papagaio
Curicaca e gavião
João-de-barro, tucano
Tesourinha e azulão.
(Adalto Bento Leal e Barale Neto)
Pequi na panela
Coisa boa demais
Quem come não se esquece
Repete, pede mais
Mas não morda no caroço
Que o espinho é cruel
Gruda no céu da boca
Não adianta passar mel
Melhor ir pro doutor
Ou então rezar pro céu...
Mas comendo com cuidado
Não tem sabor igual
Seu uso é variado
no arroz, o ideal
Vai bem com guariroba
E a sobremesa é curau
Encanta o povo inteiro
Tem lá na capital
Vendido na esquina
Na feira e no jornal
Seu cheiro de cerrado
Não tem outro cheiro igual
Pequi na panela
Coisa boa demais
Quem come não se esquece
Repete, pede mais
Quem come não esquece.
(Adalto Bento Leal e Wanda D'Almeida)
Senhora dona da casa
Abre a porta e as janelas
Venha receber São João
E também suas donzelas
Os cavalheiros no fundo
Servindo de sentinela
Na frente vem a bandeira
Jogando fita amarela
Agradecemos a oferenda
Dada de boa vontade
Pelo pão e pelo vinho
De tão boa qualidade
Pelo seu belo sorriso
Pela nossa liberdade
Pra toda sua família
Saúde e felicidade
Padre nosso ave Maria
Foi numa velha casinha
Veio um café reforçado
De leite com favaquinha
Bolo de arroz e coalhada
Pão de queijo com broinha
Um batuque ritmado
Com viola e cantoria
Um pilão de gameleira
A mão de aroeira pura
Vestido de algodão ganga
Faixa larga na cintura
Soca a paçoca bem fininha meu bem
Pra comer com rapadura
Do algodão se faz a pasta
Da pasta faça um pavio
Do pavio bem afinado
Com jeito se faz o fio
E o fio da meada é o pano, morena
Que guarda seu bem do frio
Sinhazinha de vila boa
Tem docinho na peneira
Fulô branca no cabelo
Bilhetinho na algibeira
Pra pegar moço bonito
No laço de fita e água-de-cheiro.
2008 - CD "Outros Sonhos Outros Sons" , Produzido por Luiz Chaffin. Disco com 11 músicas entre as quais Lua Bonita. O Perfume de Helena. Sacy na Capoeira. Acenda.
(Adalto Bento Leal/LEONARDO DO CARMO)
EU VOU FAZER UM VESTIDO
DAS SUAS PEDRAS
E VOU TRANÇAR UM DIADEMA
DAS SUAS CRATERAS
EU VOU SUBIR NO CÉU
ENQUANTO VOCÊ ME FITA
E VOU TE DAR UM BEIJO
OH. LUA BONITA
LUA, LUA
LUA, OH LUA BONITA
A COR DA LUZ DA TARDE
ME INCENDEIA
JÁ SURGIU NO CÉU
VERMELHA LUA CHEIA
NA LUA CRESCENTE
O MEU AMOR DISTANTE
MAS NA LUA NOVA
ELE ESTÁ PRESENTE
LUA, LUA
LUA, OH, LUA BONITA
E EU FICO CONTENTE
E DELIRANTE
POIS TUDO VAI RECOMEÇAR
NA LUA MINGUANTE
LUA, LUA
LUA, OH, LUA BONITA
(Adalto Bento Leal)
SE NÃO FOR PEDIR DEMAIS, HELENA
GOSTARIA QUE TROUXESSES PRA MIM
UM POUQUINHO DE ALEGRIA, HELENA
E UM RAMALHETE DE JASMIM
HELENAMENTAVELMENTE GOSTO MESMO É DE TI
HELENAMENTAVELMENTE GOSTO MESMO É DE TI
ENTRE A VIOLA E O CANTO, HELENA
ESTÁ PRESENTE A SAUDADE
ENTRE A SAUDADE E O DESENCANTO, HELENA
ESTÁ PRESENTE A SOLIDÃO
ENTRE MIM E A SOLIDÃO, HELENA
CANTO DE SAUDADE DE TI
ENTRE MIM E A SOLIDÃO, HELENA
CANTO DE SAUDADE DE TI
A ESSÊNCIA DA ALMA, HELENA
É COMO O CHEIRO DO PERFUME
E O TEU CHEIRO DE FLOR DO CERRADO
CARREGO DENTRO DE MIM
COMO O SILÊNCIO, A LEMBRANÇA
E O CANTO DE UM PASSARINHO
(Adalto Bento Leal)
NADA QUE ME IDENTIFIQUE COM ESTE CHÃO
SÓ, ENTRE SERRAS E LEMBRANÇAS
NÃO SEI PRA ONDE ESTE PÁSSARO VOOU
NEM ONDE ESTA ESTRADA VAI DAR
COMO SONHADOR QUE SOU, TENHO QUE IR
ONDE OS MEUS SONHOS ME LEVAREM
POIS O FOGO DAS PAIXÕES QUE EU PERDI
NESTA ESTRADA EU TENTO ENCONTRAR
JÁ VI PEDRAS E MATAS
CERRADOS, RIOS E BICHOS
MAS NADA QUE ME IDENTIFIQUE COM ESTE CHÃO
SÓ A SAUDADE QUE SINTO
DESTA GRANDE PAIXÃO
SÓ O APEGO QUE GUARDO
NO MEU CORAÇÃO
(Adalto Bento Leal/Joel Cardoso de Oliveira)
SERÁ QUE HÁ MAIS ESCURO
DO QUE LUZ NO UNIVERSO...
SERÁ QUE HÁ MAIS TRISTEZA
DO QUE ALEGRIA NA TERRA...
ACENDA, ACENDA, ACENDA
ACENDA, ACENDA, ACENDA
DENTRO DO TEU CORAÇÃO
ALEGRIA, AMIZADE E COMPREENSÃO
AMOR, LIBERDADE E GRATIDÃO
ILUMINE A ESCURIDÃO
SERÁ QUE HÁ MAIS ESCURO
DO QUE LUZ NO UNIVERSO...
SERÁ QUE HÁ MAIS TRISTEZA
DO QUE ALEGRIA NA TERRA...
ACENDA, ACENDA, ACENDA
ACENDA, ACENDA, ACENDA
O CONHECIMENTO DO COSMO
DA TERRA, DAS PLANTAS, DOS BICHOS
O VISÍVEL E O INVISÍVEL EM HARMONIA
ILUMINE A ESCURIDÃO
ACENDA, ACENDA, ACENDA
ACENDA, ACENDA, ACENDA
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
JANANAÍRA, JUREMA, JURUPARÍ
JUPIÁ, TEM JUVIRA
JABIRÚ QUER JACUÍ
JANANAÍRA, JABIRÚ, QUER JACUÍ
JUPIÁ TEM JUVIRA
JUREMA, JURUPARÍ
SE CANTO ALÉM DOS MARES
NUM SOPRO GUARANI
RAÇA DE UM BRASIL MULATO
SONHOS DE QUEM CANTA AQUI
SE CANTO A ROCA, O FUSO,
O CONDOR, O INHANDUTÍ
LATINIDAD À LA TIERRA,
INTI-LIMANI, YUPANQUI
JANANAÍRA...
(Adalto Bento Leal)
ALERÊ-ROIÊ ANGOLA ÓIA NÓIS AQUI
ALERÊ-ROIÊ NA CAPOEIRA DE ZUMBI
ESSE SACI PERERÊ
DIZEM QUE ERA COTÓ
CARREGAVA UM VIOLINO
E TINHA UMA PERNA SÓ
PULAVA PELO MATO
PENDURAVA EM CIPÓ
COM SEU CACHIMBO DE OURO
SUA SACOLA DE COURO
RECHEADA DE TIMBÓ
FOI VISTO ASSOBIANDO
PRAS BANDAS DE VILA-BOA
ESPANTANDO E BRINCANDO
SÓ NÃO ENTRAVA EM CANOA
ALERÊ-ROIÊ ANGOLA ÓIA NÓIS AQUI
ALERÊ-ROIÊ NA CAPOEIRA DE ZUMBI
(Adalto Bento Leal/SUELY MARQUES)
NÃO GRITA COMIGO,
NÃO MENTE, NÃO ME MAGÔA
FALA BAIXINHO QUE EU ESCUTO
ME DIZ VERDADES ME ACEITA
CANTA NO MEU OUVIDO
ME ENCHE DE CARINHO
TOCA MINHA ALMA FORTE E COM DESEJO
DELICADO E COM MUITA PAIXÃO
DAQUELE JEITO QUE TOCAS MEU CORPO
E O TEU VIOLÃO
ME ENSINA A PESCAR SONHOS
DORMIR EM CHÃO DE ESTRELAS
COMER, BEBER ÁGUA DA FONTE
DANÇAR COM O BALANÇO DO TEMPO
AÍ, QUEM SABE
COMENDO FARINHA, CURTINDO POESIA
E CUIDANDO DA NOSSA CRIA
A GENTE ENCONTRE
A LINHA QUE COSTURE
AS FERIDAS DA VIDA
(Adalto Bento Leal)
SOU APENAS UM
PEQUENINO HOMEM
PELA VIDA
E SEMPRE FUI
UM CAVALEIRO ERRANTE
E ESTOU, HÁ ALGUM TEMPO
NA ESTRADA A VIVER
HAJA NOITE, HAJA LUA
PRA QUE EU AINDA POSSA VER
E QUERO QUE VOCÊ
CURTA COMIGO
UMA DAS COISAS QUE EU SEI FAZER
UM SOM, UM SOM
UM SOM, UM SOM
MAS COMO AS PORTAS DOS DESEJOS
ESTÃO ABERTAS
PRA NOS OS SONHADORES
PRA NOS OS ROMÂNTICOS
EU CANTO...
(Adalto Bento Leal/Ângelo Marques)
Oh, que nuvens saudáveis
E que montes mais lindos
Me cobrem e me cercam
Aqui neste vale
Oh, que nuvens saudáveis
E que montes mais lindos
Me cobrem e me cercam
Aqui neste vale
As águas me ensinam a pensar
A existir e a esperar
Que tudo venha acontecer
Digo adeus
Ao mundo externo
E mergulho nas delícias
Deste vale
Vou seguindo as borboletas
Até encontrar
Os frutos do orvalho
Pra me alimentar
Digo adeus
Ao mundo externo
E mergulho nas delícias
Deste vale...
(Adalto Bento Leal/Wanda D'Almeida)
QUANTAS TERNURAS
SOLTAS NO AR
O CÉU SE VESTE
COM A LUZ DO LUAR
A NATUREZA
FAZ FESTA NO AZUL
JOGANDO ESTRELAS
NO ESPAÇO A BRILHAR
VINA, DIVINA
VIRA VIAGEM
E TRAZ UMA MENSAGEM
DAS CANTIGAS LÁ DO CÉU
(Adalto Bento Leal)
*DOMÍNIO PÚBLICO
QUE SOL QUENTE…
QUE SOL QUENTE…
UMA INCELÊNCIA AO DIVINO PAI ETERNO
UMA INCELÊNCIA AO DIVINO PAI ETERNO
QUE SOL QUENTE…
QUE SOL QUENTE…
ESTAMOS TODOS JUNTOS NESTE SOL
OH. OH, OH, OH, OH , OH…
*MEU DIVINO PAI ETERNO
AQUI ESTOU EM VOSSOS PÉS
PEDINDO CHUVA COM ABUNDÂNCIA
MEU JESUS DE NAZARÉ
*SE ALEVANTA PEN ITENTE
QUE A PROMESSA ESTÁ CUMPRIDA
QUE O DIVINO PAI ETERNO
TENHA ELA RECEBIDA
2010 - CD "Um Canto de Paz" , Produzido por Luiz Chaffin. Disco com 11 músicas entre as quais "O Tempo" e "Palavra Encantada".
(ADALTO BENTO LEAL)
O que há com o sol
Que esqueceu de sair
O que há com a chuva
Que esqueceu de cair
O que há com a fera
Que esqueceu de morder
O que há com o guloso
Que esqueceu de comer
Mas de repente me lembrei de você...
O que será que será
Que o seu computador vai perguntar
Será, será que a sua assistente memory vai lembrar?
Mas de repente me lembrei de você...
O que há o que há com o meu coração
Que guarda tantos segredos
Tanto quanto todas as águas dos rios
Será que é a mesma coisa
Que enche minha alma de alegria?
Mas de repente me lembrei de você...
Mas de repente me lembrei
Que muitos dos amores nascem, crescem
E se esquecem de acabar
(ADALTO BENTO LEAL/BRASIGÓIS FELÍCIO)
O tempo muda
O tempo todo
O tempo passa
Até onde é profundo
O tempo passa
Tudo a rodo
O tempo pode
O tempo todo
O tempo muda
No mundo tudo
O tempo come
Oh, tempo guloso
O tempo engole
Todo poderoso
Tempo devolve
Tempo vagaroso
Tempo não morre
Vive ate no morto
(ADALTO BENTO LEAL/WANDA D'ALMEIDA)
Mama, mama, mama, lima, limão
E como mamão
Uma máquina passa voando
Nuvens brancas lá no céu
Prata prateando,
Prata prateando
Dourado é o sol
Dourado é o ouro
Tesouro da terra é o verde
Verde, milho verde
Verde, milho verde
Laranja madura
Caindo do pé
Pé de limão
Na mão é ácido
Doce amargo
Largo é o sorriso do meu bem
Largo é o sorriso do meu bem
Mama, mama, mama, lima, limão
E coma limão
(ADALTO BENTO LEAL/KLEUBER GARCÊZ)
Cada palavra que é colocada na canção
Risca centelha, corta navalha, coração
Te faz voar sem asas, te tira os pés do chão
Te põe os pés na água, tocando o céu com as mãos
Cada palavra que é colocada na canção
Risca centelha, corta navalha, coração
Te faz andar em brasas, faz tudo arder de paixão
Faz sonhar acordado, te põe noutra dimensão
um trecho um mundo inteiro, poesia e som
Um verso, um universo de sentido e dom de encantar
A rima como imã, atrai no mesmo tom, desenha melodia,
Faz soar tão bom, tão lúdica
Cada palavra que é colocada na canção
Risca centelha, corta navalha, coração
Entra pelos ouvidos, preenche todos os vãos
Abre qualquer sorriso, mora na intuição
(ADALTO BENTO LEAL/LEONARDO DO CARMO)
No canto da ave
A goiaba madura
A chuva na telha
A goteira pingando
No quarto escuro
No vale da vida
Na serra dourada
O sol ilumina
No encanto da nuvem
O fogão caipira
A pamonha de doce
Um banho no rio
Eu vi a mata brincando
Dentro da mata eu vi
De dentro da mata eu via
As terras do chapadão
Tudo é canto de terra,
Guerra em todo canto
Léguas e arrobas de paz
Peço num canto de ouro
(ADALTO BENTO LEAL/KLEUBER GARCÊZ)
Do céu a impressão
De estrelas lá no chão
Devotos de vela na mão
Seguindo a procissão
A santa no andor
Cantiga de louvor
Anjos com assas de isopor
A fé interior
Parece um serafim dentro de mim
A cantar
No céu tocando harpas e clarins
A voar
Vem querubim, ventre de mãe
Dois corações por um cordão
Quis atar o céu ao chão
Na canção eu fiz
(ADALTO BENTO LEAL/SUELY MARQUES)
Se eu saísse hoje da sua casa
Saia também da sua vida e levava
Fogão, os filhos, plantas, o calor, o que é vivo e o amor
Porta retrato, as fotos, bibelôs, o DVD
O riso, os gritos, as reclamações, os CDs
E os choros do bebê
As lembranças, eu ia largando pelo caminho
O rancor, trancava no armário com o amor
Te esquecia depressa, que era pra não sofrer com a dor...
Te deixava o tanque, o freezer, a geladeira
O que é conservado, o frio e o que é gelado
Os quadros, troféus e os lustres, as paredes
E até o chão da casa ficava...
O som, a TV com controle, até a cama vazia
Todinha, só pra você
Você ficava com a casa, o sofá e a mesa
E guardava também a tristeza
E as vezes em que me fez chorar...
Fechava tudo na gaveta mofada pelos dias
E os anos que haveriam de passar
E o seu jardim verdinho, tadinho
Até o mato ia secar
(ADALTO BENTO LEAL / WANDA D'ALMEIDA / GENÉSIO TOCANTINS)
Meu peito é um balaio carregadinho de mágoa
É no pé do bacuri
Onde o gado bebe água
Já vai anoitecer e o meu amor não chega
Chora, chora, violinha
Na saudade dessa nega
Eu vou no bacuri matar a minha sede
Sou um peixe fora d'água
Nas malhas da sua rede
Meu peito é um balaio carregadinho de mágoa
É no pé do bacuri onde o gado bebe água
Quem não tem amor não chora
Quem tem chora de paixão
Moça que não tem balaio põe a
Costura no chão
Tico, tico na limeira cantou triste e foi-se embora
Vou chorar minha saudade
No braço dessa viola
(ADALTO BENTO LEAL / KLEUBER GARCÊZ)
Sabiá, já pousou nas cordas do meu violão
Leve vôo, breve vôo, o tempo de uma canção
Bem-me-quer, mal-me-quer, a flor já quase no fim
Diz que sim, diz que não, se ela gosta de mim
Não quebre o encanto, conto de fadas
A gota de orvalho na madrugada
Pétala da flor mais dedicada
Sem amor, cai desbotada
Sabiá, já pousou nas cordas do meu violão
Leve vôo, breve vôo, o tempo de uma canção
Bem-me-quer, mal-me-quer, a flor já quase no fim
Diz que sim, diz que não, se ela gosta de mim
E faça dos meus braços sua morada
Destino sopra a vela da nossa jangada
Feito Passarim de revoada
Faz da flor, a namorada
(ADALTO BENTO LEAL / WANDA D'ALMEIDA / GENÉSIO TOCANTINS)
Entre serras, cerrado
Siriema cantou uma canção
Um cão ladrou
Armadilhas, matilhas
De homens na senha, a caça
Armadilhas, matilhas
De homes na sanha,
Na manha a caça
Na saga, fumaça na mata,
Não mata essa mata
Aceiro da raça
Que passa na clareira
Fauna brasuleira
Álbum com dez faixas, gravado entre outubro e novembro de 2017 no Estúdio Concertoria - Goiânia-GO. Produção, arranjos e mixagem: Ney Couteiro. As faixas Mundos e Já Estou Com Saudade contam com a participação especial de Chico Aafa.
(Adalto Bento Leal/Wanda D’Almeida)
RAP CALANGO NÃO É TANGO NEM LACRAIA
HOMEM QUE FOGE DA RAIA
NÃO DÁ BOI NEM DÁ BAMBÁ....
ZIRIGUIDUM NUNCA FOI CÔCO NEM MARTELO
CANTADÔ COM LERO-LERO
NÃO É GÓI NEM É GOIÁ...
SE TÁ NA MIRA
DO NOSSO VOCABULÁRIO,
É SÓ PEGAR UM DICIONÁRIO,
QUE ELE VAI TE CLAREAR...
TÁ NO MOLEJO, TÁ NO PÉ E TÁ NA BOLA
TÁ NO TOQUE DA VIOLA,
E NO GALOPE A BEIRA-MAR....
OI! TÁ NO GALOPE A BEIRA-MAR...
TACA FOGO NA CANJICA...
CHAMA A GALERA PRA CANTAR... (REFRÃO)
BOTA CHAMEGO NA MISTURA,
E NESSE JOGO DE CINTURA,
A GENTE VAI CALANGUEÁ
NESSA EMBOLADA TEM JACU TEM JACUTINGA
QUEM NÃO PODE COM MANDINGA
NÃO CARREGA PATUÁ
RAP CALANGO NÃO VEM DE MARACUTAIA...
TÁ NO BOI TA NA TOCAIA,
NA PISADA DO MOURÃO
TÁ NO CALANGO TÁ NA PACA,
NO TATU CUTIA NÃO!
TÁ NO REPENTE DO CANDANGO,
TÁ NO CÔCO E NO BAIÃO...
OI! TÁ NO CÔCO E NO BAIÃO...
TACA FOGO NA CANJICA...
CHAMA A GALERA PRA CANTAR...
BOTA CHAMEGO NA MISTURA,
E NESSE JOGO DE CINTURA,
A GENTE VAI CALANGUEÁ
TACA FOGO NA CANJICA
CHAMA OS MANOS PRA RIMAR
BOTA CHAMEGO NA MISTURA
E NESSE JOGO DE CINTURA
A GENTE VAI IMPROVISAR
(Adalto Bento Leal)
TÃO IGUAL QUANTO O VENTO
EMPURRADO PELO TEMPO
NATURALCOMO AS NUVENS
PENDURADAS NO ALTO, DO PLANALTO
MAIS PRÓXIMO DO CÉU...
ASSIM NASCE, ASSIM BROTA
TAL QUAL FRUTA NO PÉ
SAUDADE, PAIXÃO, DESEJO
A FAUNA E A FLORA
DAS CAATINGAS E DOS IGARAPÉS...
E DE REPENTE ME VEM
ESTRELA CADENTE ME TRAZ
DOCES LEMBRANÇAS QUE BROTAM
COMO ÁGUAS NO FUNDO ESCURO DAS GRUTAS
TÃO IGUAL O MEU DESEJO
POR VOCÊ
POR VOCÊ...
(Adalto Bento Leal, Brasigóis Felício)
MUNDO DE TARDANÇA, DE VASTAS HERANÇAS
MUNDO DO FINITO, DE MUITOS CONFLITOS
MUNDO VAGA-LUME, MUNDO VAGAMUNDO
MUNDO DE MUNDÉUS
MUNDO DE ILUSÕES...
MUNDOS DE FARSANTES
MUNDOS MELIANTES
DE COQUETÉIS DE EUS...
MUNDO DE RAIMUNDOS
MUNDO DE MENINOS
MUNDO CATRUMANO...
MUNDO DESUMANO
MUNDO EM MIM É TUDO
NADA SOU NO MUNDO...
QUE NÃO TEM FUNDO
ONDE NÃO HÁ TEMPO
EM QUE NÃO MUDE O MUNDO...
EM SUA MUDANÇA DE MUDAR EM TUDO
ENQUANTO TUDO AVANÇA
PARA A ESPERANÇA
DE MUDAR EM DEUS.
Participação especial: Chico Aafa
(Adalto Bento Leal)
MEUS DENTES BRANCOS
ESCULPIDOS EM ROCHA
ESTÃO FICANDO PRETOS
PRETOS DA COR DO SANGUE
QUE CORRE NA TUA VEIA
NA TUA VEIA
NA TUA VEIA
E MEUS OLHOS GRANDES
BORDADOS NA PAREDE
ESTÃO CRESCENDO
PRA VER O OUTRO LADO DO MURO
DO OUTRO LADO DA VIDA
DO OUTRO LADO DA LIBERDADE
ONDE OS HOMENS
NASCEM VELHOS
E MORREM CRIANÇAS
(Adalto Bento Leal/Suely Marques)
NÃO GRITA COMIGO,
NÃO MENTE, NÃO ME MAGÔA
FALA BAIXINHO QUE EU ESCUTO
ME DIZ VERDADES ME ACEITA
CANTA NO MEU OUVIDO
ME ENCHE DE CARINHO
TOCA MINHA ALMA FORTE E COM DESEJO
DELICADO E COM MUITA PAIXÃO
DAQUELE JEITO QUE TOCAS MEU CORPO
E O TEU VIOLÃO
ME ENSINA A PESCAR SONHOS
DORMIR EM CHÃO DE ESTRELAS
COMER, BEBER ÁGUA DA FONTE
DANÇAR COM O BALANÇO DO TEMPO
AÍ, QUEM SABE
COMENDO FARINHA, CURTINDO POESIA
E CUIDANDO DA NOSSA CRIA
A GENTE ENCONTRE
A LINHA QUE COSTURE
AS FERIDAS DA VIDA
(Adalto Bento Leal/UBIRAJARA GALLI)
VOCÊ DEIXOU MEU AMOR ESCORRENDO
NAS VEREDAS DO PEITO
DE TANTO, SEM TANTO
PELA JANELA DO TEMPO
ATÉ QUASE SECAR...
FIQUEI ASSIM,
ATÉ QUASE SAIR, SAIR DE MIM
SEM RUMO, SEM CHÃO
COM O VAZIO DA SUA PARTE
APARTADA DE MIM...
NOITE DESESTRELADA
DESTATUADA DE VOCÊ EM MIM
SÃO DESABRAÇOS DE MIÇANGAS COLADAS
OLHANDO O SUPOSTO FIM
ONDE ESCONDE, ONDE ESTÁ O FIM
QUEM DISSE QUE HÁ?
EU BEM QUIS ASSIM
EU BEM QUE QUIS
BEM SABEMOS...
MUITAS VEZES SABEMOS
QUE OS NÃOS, NÃO SÃO NÃOS
ÀS VEZES, NEM SEMPRE
SÃO O QUE SÃO,
FALSOS NÃOS...
SE ME PARTO, REPARTO EM PARTES
SOBRAS DE VOCÊ EM MIM...
E SIGO CAMINHANDO, SEM RUMO
ESCORRENDO, JUNTANDO REMENDOS...
E SIGO CAMINHANDO, GUARDANDO SEGREDOS
NAS VEREDAS DO TEMPO...
E SIGO DIVIDIDO, LEVANDO NO PEITO
PINGENTES DE PRANTO
(Adalto Bento Leal)
SEI QUE VOU SENTIR SAUDADE
TAMBÉM SEI QUE VOU CHORAR
NO DIA EM QUE EU FOR ME EMBORA
DO SERTÃO QUE É MEU LUGAR...
SEI QUE VOU SENTIR SAUDADE
DESSAS MATAS, DESSES RIOS
DESSAS GROTAS E DAS FRUTAS
E DO CANTO DOS PASSARINHOS
IÊ, IÊ, IÊ...
SEI QUE VOU SENTIR SAUDADE
DO SILÊNCIO NO ANOITECER
DO ORVALHO NA MANHÃ
E DA ÁGUA DE BEBER
OH! LUA PRATEADA
VAI ROMPENDO A ESCURIDÃO
ILUMINANDO TUDO EM VOLTA
DESSA QUIETA IMENSIDÃO
(Participação especial: Chico Aafa)
(Adalto Bento Leal/Kleuber Garcêz)
SE O CANTO FOSSE
PRA ESPANTAR O MEDO
TÃO FORTE COMO A EMOÇÃO DO CHORO
SE A SOLIDÃO FOSSE
UM ENCONTRO DE EUS
COMO UMA REZA PRA CHEGAR
MAIS PERTO DE DEUS
EU CANTO TANTO
PRA ESPANTAR O MEDO
COMO PRA ME APROXIMAR DE DEUS
DEIXAR SOAR A VOZ
QUE VEM DE DENTRO
DO INTERIOR DO BEM QUERER DOS MEU...
VI SEUS OLHOS DE REPARO
DE PEQUENO DITADOR
REVIRANDO MEUS GUARDADOS
FEITO CÃO FAREJADOR
NINGUÉM TOCA EM MEU SAGRADO
NO LEGADO QUE CONSTRUÍ
UMA COLCHA DE RETALHOS
DAS HISTÓRIAS QUE JÁ VIVI...
VIM SEM OURO NA CHEGADA
VIM SEM HORA DE PARTIR
QUEM NÃO TEM EIRA NEM BEIRA
SABE O BEM DO SOM DO SIM
SABE A IRA DOS REVOLTOS
SABE A DOR QUE MORA NO FIM
QUANDO O CANTO É O QUE ME RESTA
FAÇO A FESTA, FAÇO UM MOTIM
(Adalto Bento Leal)
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
OS DIAS VÃO CAINDO
NO ABISMO DO TEMPO
E VOCÊ VAI SEGUINDO
COM PASSOS CURTOS
NESTA ESTRADA LONGA
ATÉ SE ENCONTRAR
ATÉ SE ENCONTRAR…
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
A MORTE, NOITE ESCURA, LUZ INVERSA
BURACO NEGRO,
IMÃ, TUDO ATRAI
NELE, NEM A LUZ ESCAPA
DESTINO ETERNO,
ETERNO FINAL…
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
VOCÊ TAMBÉM VAI MORRER
(Adalto Bento Leal)
ESSE LUGAR É TÃO BONITO
TANTO LIMÃO PELO CHÃO
MANGA, JACA E CAJÚ
GOIABA, JAMBO E MAMÃO
TEM PLANTAS PRA TODO LADO
DE LARANJA A ROMÃ
CÔCO, IPÊ E BANANA
AMORA, CHUCHU E MAÇÃ
E O POVO QUE AQUI RESIDE
CACHORROS, GALINHAS E GATOS
ESTÃO SEMPRE EM SINTONIA
COM A TERRA, A LUA E OS PÁSSAROS
O GALO CANTA PELA LUZ
A CIGARRA PELA CHUVA
EU CANTO POR INSPIRAR,
AGRADECER E ME AGRADAR
2019 - CD "Outras e Poucas Palavras".
(Adalto Bento Leal)
O SOL E A LUA
ENTALHADOS NA IMBUIA
A FLOR DE LIS E O TRIÂNGULO TAMBÉM
NO COMPASSO, NA PORTA
NO PASSO, NO TOQUE
E O MEU NORTE:
É O ORIENTE...
SOBRE A MINHA CABEÇA
À MINHA DIREITA,
MOVENDO VAI UMA CONSTELAÇÃO
DESCENDO PARA O SUL
ESTRELAS EM CONTAS
EM CRUZES E PONTAS,
BRINCANDO NO CÉU...
NA TERRA: OUVIR... CALAR
NO AR: VOAR... OUSAR
NO FOGO: QUERER... DESEJAR
NA ÁGUA: SEDE DO SABER... NADAR
(Adalto Bento Leal/Suely Marques)
ENTRE A TERRA E O CÉU
ENTRE A SOMBRA E A LUZ
NO PULSAR DO CORAÇÃO
ENTRE O PULSAR DO MUNDO...
ENTRE O RIR E O CHORAR
ENTRE SAIR E VOLTAR
ENTRE O MOVER E O FICAR
DEIXAR ESTAR
DEIXAR ESTAR...
ENTRE A SEMENTE E O FRUTO
ESPERAR O SIM E O NÃO
HÁ O ESPAÇO ONDE SONHA
A POSSIBILIDADE
A POSSIBILIDADE...
O TEMPO É O CAMINHO
A ESTRADA O LUGAR
DE VOLTA AO COMEÇO...
(Adalto Bento Leal/Suely Marques)
SONHOS DE PESSOAS
ARTISTAS OU NÃO
SONHOS QUE FICARAM
DEIXADOS, LARGADOS
SOZINHOS, VAZIOS
NÃO REALIZADOS
NAS NOITES ME CHAMAM...
JOGADOS, CAÍDOS
TÃO TRISTES, TÃO SIMPLES
PARADOS, PERDIDOS
SÃO GRITOS CALADOS
ARQUIVOS GUARDADOS
OCULTOS NA ALMA
NO TEMPO SECARAM...
SONHOS SÃO SEMENTES
PLANTADOS EM NUVENS
CAÍRAM NA TERRA
COM A CHUVA BROTARAM
FLORIRAM NA ALMA
SEUS FRUTOS TÃO DOCES
POMARES SAGRADOS...
DO MUNDO DA LUA
PESSOAS DESPERTAS
SEMENTES ALADAS
CAÍRAM NA TERRA
FLORESTAS SAGRADAS
NASCERAM NA ALMA
DA GENTE ACORDADA...
(Adalto Bento Leal)
FAÇA SEU PRÓPRIO SONHO
FALAVAM: JOHN, ZÉ, JOAQUIM
COM UM SORRISO NOS LÁBIOS, NOS OLHOS
E O ROSTO CORADO
OLHANDO AO LONGE....
SEJA SEU PRÓPRIO SONHO
FAZIAM: MARLEY, CORA, GONZAGA
COM A ESPERANÇA NA ALMA
SEMENTES E SONHOS REGGADOS
VIVENDO O HOJE...
VIVA SEU PRÓPRIO SONHO
ASSIM FAZEM: EU, VOCÊ E OUTROS MAIS
COM UM SORRISO NOS LÁBIOS
SEMENTES E SONHOS PLANTADOS
EM CAMINHOS DE PAZ...
2020 – LP "Na Linha do Tempo" – Edição Limitada - Capa Gatefold – Disco Transparente
(Adalto Bento Leal)
A TERRA ME ENSINA
QUE A SINA DO AMOR
ORA-PRO-NÓBIS
E PROTEGE DA DOR
AQUI OU ALI
PERTO OU LONGE
NAS PONTAS BEIRADAS
OU NA PALMA DA MÃO
ABÔ, OBÁ
SIMBORA COMIGO
ABANAR O VENTO
NAS GRIMPAS, NAS CRINAS, CORTINAS
DA NATUREZA...
FOLHAS
MANJERICÃO, TAMARINDO
ABACATE
ALGODÃO....
(Adalto Bento Leal/Nasr Chaul)
UM PALHAÇO GENEROSO
TELEFONE NO PESCOÇO
QUE O BRASIL AMOU DEMAIS...
UM CHACRINHA MUITO LOUCO
ONDE MAIS É MUITO POUCO
UM TROPICALISTA SEM IGUAL...
ALTO ASTRAL, VELHO GUERREIRO
FEZ DO PALCO UM PICADEIRO
DA TV UM CIRCO A MAIS...
BAGUNÇOU TODO O CORETO
TEREZINHA ERA SEU GRITO
TINHA A MARCA DOS ARTISTAS GENIAIS...
O CHACRINHA DIZ ASSIM
VOCES QUEREM BACALHAU?
RODA, RODA, SEM TER FIM
TODO DIA É CARNAVAL....
(Adalto Bento Leal/Nasr Chaul)
ANTES DA CHUVA
AS CIGARRAS MORREM CANTANDO
UM VENTO FORTE NAS GALHAS
UM RAIO CORTANDO O CÉU...
ANTES DA CHUVA
O TEMPO VEIO FECHANDO
O SOL FICOU AO RELENTO
FIZ UM CAFÉ PRA NÓS DOIS
A CASA TODA FECHADA
A CHUVA LOGO CHEGOU...
CHEIRO DE TERRA MOLHADA
BOM PRA DORMIR MEU AMOR...
(Adalto Bento Leal/Suely Marques)
CRIANÇA
EU TE DEIXO UM PLANETA
CHEIO DE BORBOLETAS... PRA VOCÊ SE ENCANTAR
TEM O SOL, PRA VOCÊ SE LEMBRAR DE BRILHAR
TEM A LUA, PRA VOCÊ SE DEITAR E SONHAR
TEM ESTRELAS, PRA ENFEITAR O SEU CÉU E O MAR
TEM AS NUVENS, PRA CHOVER E BROTAR UMA FLOR.... NO JARDIM
CRIANÇA
EU TE DEIXO UM PLANALTO
E UM BELORIZONTE... PRA VOCÊ SE INSPIRAR
TEM AREIA, TEM AS PEDRAS, TEM OS RIOS, AS FONTES
PASSARINHO NO NINHO, PRA CANTAR PRA VOCÊ
BORBOLETAS SÃO FLORES QUE AVOAM RASANTES
E À NOITE PISCANDO, VEM UM DISCO VOADOR... LÁ NO CÉU
CRIANÇA
EU TE DEIXO UMA VIDA
PRA VOCÊ SE LEMBRAR... DE BRINCAR DE SONHAR
TEM O SOL, TEM A LUA, AS ESTRELAS, A CHUVA
TEM AREIA, TEM O RIO, TEM A PEDRA, A FONTE
TEM O CÉU, TEM O MAR, TEM A FLOR NO JARDIM
BORBOLETAS, PASSARINHOS E UM DISCO VOADOR... LÁ NO CÉU...
CRIANÇA
EU TE DEIXO UM PLANETA
CHEIO DE BORBOLETAS... PRA VOCÊ SE ENCANTAR
CRIANÇA
EU TE DEIXO UM PLANALTO
E UM BELORIZONTE... PRA VOCÊ SE INSPIRAR
CRIANÇA
EU TE DEIXO UMA VIDA
PRA VOCÊ SE ALEMBRAR... DE BRINCAR DE SONHAR
(Adalto Bento Leal/Nasr Chaul)
VOCÊ MISTURA MEU CHEIRO
E ME ACHA MANEIRO
ME ACHA UM TESOURO
POTE DE OURO
QUÍMICA PURA...
VOCÊ ME ADOTA E ME DOPA
MESCALINA COM COCA
ME ADICIONA NO FACE
FAZ UM REMAKE
DA MINHA VIDA
ELIXIR DA LONGA VIDA
ME EXCITA, AGITA, CONQUISTA
MÍSTICA DE SERPENTE
EU SOU TÃO CARENTE
PAREÇO UM CANTOR...
ME LÊ COMO UM GIBI
UM SAINT EXUPERY
ME AMA COM PAIXÃO
CANÇÃO DE RITA LEE...
EU SOU A SUA CRIA
A SUA ALQUIMIA
FOGO DO CORAÇÃO
NA SUA INQUISIÇÃO
MORRENDO DE AMOR
MORRENDO DE AMOR....
(ADALTO BENTO LEAL/NASR CHAUL)
VOCÊ MISTURA MEU CHEIRO
E ME ACHA MANEIRO
ME ACHA UM TESOURO
POTE DE OURO
QUÍMICA PURA...
VOCÊ ME ADOTA E ME DOPA
MESCALINA COM COCA
ME ADICIONA NO FACE
FAZ UM REMAKE
DA MINHA VIDA
ELIXIR DA LONGA VIDA
ME EXCITA, AGITA, CONQUISTA
MÍSTICA DE SERPENTE
EU SOU TÃO CARENTE
PAREÇO UM CANTOR...
ME LÊ COMO UM GIBI
UM SAINT EXUPERY
ME AMA COM PAIXÃO
CANÇÃO DE RITA LEE...
EU SOU A SUA CRIA
A SUA ALQUIMIA
FOGO DO CORAÇÃO
NA SUA INQUISIÇÃO
MORRENDO DE AMOR
MORRENDO DE AMOR....
ADALTO BENDO LEAL/WANDA D'ALMEIDA
TAINÁRAKAN
BEBENDO ÁGUA NO RIACHO
TAINÁRAKAN, TAINÁRAKAN
BEIJANDO AS ÁGUAS DO RIACHO
TAINÁRAKAN
NO CANTAR DAS ÁGUAS
DE UM RIO ESCARLATE
UMA LUZ SE ACENDEU
NUM CÉU AZULÍNIO
ENTRE MIL, MAIS UMA
ESTRELA APARECEU...
NA PUREZA BRANCA
O PAPEL FEZ TERRA
E SUA MÃO SEMEOU
AQUELE GRÃO DE MILHO
CANTADO EM SEARA
SE MULTIPLICOU...
TAINÁRAKAN
DEUSA DA POESIA
TAINÁRAKAN
VERSOS DE VIDA E MENINA
TAINÁRAKAN
É ÁGUA CRISTALINA...
TAINÁRAKAN
DEUSA DA POESIA
TAINÁRAKAN
VERSOS DE VIDA E MENINA
TAINÁRAKAN
TAINÁRAKAN
É CORALINA....
NAS VOLTAS QUE ESSE MUNDO DÁ,
VOU FAZER UMA PONTE
DE PEDRAS E SONHOS,
PARA ATRAVESSAR A NOITE
MEDIR O TEMPO COM UMA RÉGUA
E APRECIAR O DIA...
UMA PONTE QUE PASSA DENTRO
DE UM ARCO-ÍRIS
ME LEVA PRÁ LONGE,
LÁ PARA O HORIZONTE
A TRAVESSIA TRAZ A LUZ
PARA ENXERGAR VOCÊ...
PONTE SOBRE A CONSCIÊNCIA
ATRAVESSA O TEMPO
LINHA, NÓS, ÁGUA CORRENTE
LEVA A ADOLESCÊNCIA
TRAZ A SENESCÊNCIA
VOLTO A SER CRIANÇA
SATURNO, MESTRE DO TEMPO
ME DEIXE PELO MENOS
FICAR MAIS UM POUCO
CONTEMPLAR O CÉU,
DELICADO ESPELHO
ME DEITAR NA AREIA
E OLHAR O MAR...
ADALTO BENTO LEAL/NASR CHAUL
NADA MAIS SERÁ COMO JÁ FOMOS
NADA MAIS ESTÁ NO SEU LUGAR
MUNDO VIRA DE PONTA CABEÇA
SOMOS UM DRIVE-IN À LUZ SOLAR
NOSSO AMOR ENTROU EM QUARENTENA
CENA DE UM FILME MUDO
QUE PENA
QUE O CINEMA NÃO PASSOU
A ESTREIA DESSE TRAILER SEM AMOR
VEM SEM ABRAÇO E BEIJO
VEM SÓ PRA ME MOSTRAR
QUE O AMOR TEM MAIS DESEJO
QUANDO NÃO PODE AMAR
A VIDA NOS FILMOU NO FIM DA LINHA
SEM PONTO DE PARTIDA PRA VOLTAR...
ADALTO BENTO LEAL
TAVA UMA CHUVA FORTE
AGORA TÁ UMA CHUVA FINA
TAVA UMA CHUVA FORTE
AGORA TÁ UMA CHUVA FINA
DAQUELAS QUE PARECE QUE VAI SER A NOITE TODA
DAQUELAS QUE PARECE QUE VAI SER A NOITE TODA
E O BARULHO DA CHUVA QUE CAÍA
NO TELHADO DA CASA VAZIA...
NA CASA VAZIA
SÓ TINHA O SILÊNCIO
O SILÊNCIO DA MADRUGADA...
E A PENEIRA PENEIROU
PENDURADA NA PAREDE...
E O BARULHO DA CHUVA QUE CAÍA
QUE CAÍA A NOITE TODA...
TAVA UMA CHUVA FORTE
AGORA TÁ UMA CHUVA FINA....